sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Kumar e Lévy: análises e questionamentos

Explique de que forma o sujeitos interagiam com as novas tecnologias, quem eram os atores que as detinham e como se configura hoje em dia a questão tecnológica em nossa sociedade.

Nas sociedades anteriores à escrita, o saber prático, mítico e ritual é encarado pela comunidade viva. Quando um velho morre é uma biblioteca que queima.

Com o surgimento da escrita, o saber é transmitido pelo livro. O livro, único, indefinidamente interpretável, transcendental, supostamente contém tudo: a bíblia, o corão, os textos sagrados, os clássicos, Confúcio, Aristóteles...É agora o interprete quem domina o conhecimento.
Após a invenção da impressão, um terceiro tipo de conhecimento foi assombrado pela figura do sábio, do cientista. Neste caso o saber não é mais transmitido pelo livro, mas pela biblioteca. A encyclopedie de Diderot e d’Alembert é mais uma biblioteca de que um livro. O saber é estruturado por uma rede de remissões, talvez já assombradas pelo hipertexto. Então o conceito, a abstração ou o sistema serve para condensar a memória e para garantir um domínio intelectual que a inflação dos conhecimentos já colocada em perigo.

Hoje em dia, com a desterritorização da biblioteca, o portador direto do saber não seria mais a comunidade física, mas o ciberespaço, a região dos mundos virtuais, onde as tecnologias intelectuais exteriorizam e modificam numerosas funções cognitivas humanas podendo ser compartilhadas por numerosos indivíduos aumentando portanto, o potencial de inteligência coletiva dos grupos. Não há mais suportes separados fornecidos por sábios, a partir de agora , os sistemas e os conceitos abstratos cedem terreno aos mapas finos das singularidades, à descrição detalhada dos grandes objetos cósmicos dos fenômenos da vida e dos costumes humanos. Hoje tornou – se evidente, tangível para todos que o conhecimento passou definitivamente para o lado do intotalizável e de indominável.
Gilson Borges.

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